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Os pés também falam

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Recentemente tive a minha primeira incursão pelo cinema do sueco Victor Sjöström com a sua obra-prima máxima The Phantom Carriage (1921) . Despertou uma vontade imensa de o proclamar como génio, ainda que consciente de que um único filme seria a base para tal afirmação. Seguiu-se The Wind (1928) , espelho do seu embrenhar por Hollywood. Ainda que não fascine tanto quanto o primeiro, revela-se magistral trabalho de realização.  O vento? Sempre presente. Rodopia, embrenha-se numa dança que envolve fascínio, desespero e morte. Invisível na sua existência solitária e efémera. Visível na interacção com o outro. Veículo do horror e aprisionamento sentidos pela protagonista. Carrega consigo a incerteza. Cobre e destapa a consciência da mulher. Preponderante nas suas decisões que não são mais do que maneiras de lhe fugir.  A expressividade do rosto aliada aos intertítulos. Ambos constroem a linguagem para o cinema mudo. A dada altura, a câmara de Sjöström escapa aos rostos e en...

O close-up como catalisador de emoções

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Pela óptica do teórico Béla Balázs, o close-up permite distanciar o cinema do teatro. Consiste, tal como o próprio nome indica, em fechar o enquadramento até se restringir somente àquilo que quer destacar, seja um rosto humano ou um objecto inanimado. Ao “cortar” o corpo da personagem, de forma a reduzir o campo de visão para o rosto, é possível criar uma distanciação entre espectador e personagem. “A expressão facial é a mais subjectiva manifestação  do homem, mais subjectiva ainda do que a fala, porque o vocabulário e a gramática estão sujeitos a convenções e regras mais ou menos válidas universalmente. Enquanto a representação dos traços do rosto [...] não é governada por regras objectivas, ainda que seja em larga medida uma questão de imitação. O close-up torna objectiva essa que é a mais subjectiva e individual das manifestações humanas” ( Theory of the film ) La Passion de Jeanne d'Arc (1928), uma das maiores preciosidades da era do cinema ...