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Plano-sequência (#6): Touch of Evil (1958)

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Celebrado como um dos maiores feitos na história da sétima arte, a abertura do filme de Orson Welles funciona como uma mini-narrativa que se desenrola no tempo real de pouco mais de três minutos. É realizada com o intuito de catapultar o filme mas também como forma de captar a total atenção do espectador, aquele que possui mais informação visual que todos os habitantes do mundo diegético. Funciona como uma confidência para com o espectador, que se limita a aguardar um acontecimento iminente.  Inicia-se com um enquadramento aproximado, destacando o objecto que se assume como o cerne da acção. A bomba é programada e esse mesmo relógio delimita a duração do plano-sequência. A partir daquele instante, o automóvel que alberga a bomba é o motivo que grita pelo movimento da câmara.  É usada uma grua ( crane shot ) para poder cobrir toda a acção, sendo assim possível fechar e/ou alargar o enquadramento. A câmara antecipa o percurso do veículo e eleva-se para dar lugar a um ângulo...

Uns hipotéticos 93 anos...

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Se não tivesse falecido em 1996, seriam grandes as probabilidades de ainda estar vivo e capaz de testemunhar o legado que deixou às gerações vindouras. Saul Bass é conhecido essencialmente pelo seu trabalho como designer gráfico, nomeadamente na indústria cinematográfica. Colaborou com grandes nomes da sétima arte, tais como Alfred Hitchcock, Otto Preminger, Stanley Kubrick e Billy Wilder. Os seus genéricos iniciais são extremamente criativos e atractivos, induzindo o espectador para o tema que irão ver tratado no filme. ‘try to reach for a simple, visual phrase that tells you what the picture is all about and evokes the essence of the story. Em Vertigo (1958), observamos um encaixe perfeito no que diz respeito à aparição dos nomes pertencentes ao elenco e equipa técnica. Entramos em órbita através da pupila do par de olhos em questão e são nos dadas luzes sobre o que nos espera assistir. Sabemos entrar numa mente conturbada, espelhada numa espiral de loucura que se pinta de v...

A cordial saudação

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[Spoilers] Tantas sequências que merecem o seu devido destaque neste Mon Oncle (1958). Os filmes de Jacques Tati são como uma porta para um novo mundo, onde entramos e esquecemos as pré-concepções do nosso próprio mundo. Cada plano, por si só já genial, enquadra uma mise-en-scène  extremamente criativa e que espelha a própria sociedade. Sempre com uma pitada futurista, Tati oferece-nos uma disposição única no tempo e no espaço, nunca descurando as críticas que emergem à superfície. Tudo espelha um ambiente perfeito e um tanto ou quanto estranho aos olhos do espectador, este que está sempre com atenção aos mais ínfimos pormenores presentes na sua obra. Por alguma razão, sempre que penso no realizador, recordo-me desta pequena cena que tantas gargalhadas me arrancou perante o seu grau de ridicularidade.  A fonte a ser constantemente accionada de forma a caracterizar a importância dos convidados e a própria hipocrisia da anfitriã. É impressionante como através do uso de um ob...

A arte dos posters (XIII)

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Attack of the 50 Foot Woman (1958), Nathan Juran

A arte dos posters

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Vertigo (1958) , Alfred Hitchcock