Somos homens, ora bolas!

O filme L'Amour Violé (1978) adequa-se aos contornos de uma tese. A realizadora francesa Yannick Bellon pretende demarcar uma posição ilustrativa do ser feminino que representa e, como tal, apresenta ao espectador uma autêntica batalha de sexos, exigindo que o mesmo escolha um lado e rejeite os ideais do pólo imediatamente oposto. É directa e um tanto ou quanto exaustiva na apresentação dos factos e ambas as características não abonam por completo a seu favor. Os desenhos dos alunos de uma escola primária são exemplo disso mesmo. A tarefa destas crianças passa pelo registo a lápis de cor daquelas que vêem como sendo as tarefas dos respectivos pais. As mulheres são obviamente retratadas como meras donas de casa sem qualquer objectivo visível para além de agradar aos maridos. Não havendo uma única excepção à regra, acaba por perder um pouco a veracidade. Senti que algum método científico estava a ser comprovado diante dos meus olhos e que todas aquelas mulheres ilustradas não e...