A entrar na mente de Jodorowsky...

Dois dias depois de visualizar o meu primeiro filme de Alejandro Jodorowsky, e de todo o seu conteúdo ter estado a marinar na minha mente, acabo por me enganar ao pensar que conseguiria escrever uma crítica com pés e cabeça. Ainda não é desta, preciso de uma segunda visualização para assimilar o desfile de imagens a que assisti. Falo portanto de The Holy Mountain, filme de 1973 que teve pouco falatório por entre o público e crítica, mas que se foi tornando um filme de culto com o passar do tempo. Posso ainda não ter as palavras certas para falar de um filme que por sua vez não é para ser falado no sentido restrito da palavra, mas o que é certo é que me deslumbrou. 
Todos os elementos extremamente bizarros e surreais impediram-me de sentir indiferença pela acção que se desenrolava. Um filme de certa forma futurista, que critica a sociedade nunca de forma recatada, utilizando vários elementos metafóricos. E foi precisamente isso que me interessou maioritariamente, o facto de todo aquele cenário carnivalesco encobrir um julgamento à nossa civilização. Fascinei-me com o filme e ainda o estou a tentar digerir. 
Confesso que não conhecia Alejandro Jodorowsky, mas depois de uma breve pesquisa apercebi-me que é um sujeito bastante interessante. Todos os trabalhos pelos quais passou (palhaço num circo; mimo; etc.), os projectos que originou, mostram que tem uma visão bastante alargada do mundo e da sociedade em que vivemos e que está constantemente à procura de elementos transcendentes no dia-a-dia. E atingiu um certo sentido de transcendência com o seu único filme que vi até à data. Estou bastante curioso para imergir na sua obra e na sua mente.








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