Em seguimento dos prodígios cinematográficos abordados no mês de Outubro e em jeito inaugural para esta segunda vaga encontra-se uma das obras de Alain Guiraudie. O filme-sensação do festival de Cannes viria a arrecadar o galardão de melhor realizador. Mas como esta rubrica não espelha considerações de um filme na sua íntegra, passo a destacar um dos planos-sequência deste drama francês. O plano em questão não se afirma como um colosso no que diz respeito à técnica. Ao invés, merece este destaque pela subtileza ao retratar um momento-chave da narrativa. 20:49 - 24:39 O olhar da câmara assume a visão do próprio protagonista, ambos com uma postura quase voyeurista. Franck (Pierre de Ladonchamps) testemunha uma mudança gradual na atitude dos dois seres que nadam no lago. No espaço de poucos segundos, a aura de brincadeira ganha contornos de sobrevivência aquando dos primeiros sinais de perigo. O enquadramento fixo mantém-se adormecido como um simples espectador. O olhar da câmar