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Plano-sequência (#2): Week end (1967)

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É inegável a presença de vários simbolismos no decorrer dos filmes de Jean-Luc Godard, passíveis de serem descodificados ao longo de várias visualizações. Pequenos pormenores que podem ilustrar a postura política do realizador ou a sua visão perante um sociedade apodrecida.  No plano-sequência em questão, pequenas pistas para a sua crítica social são dispostas pelo espaço a ser enquadrado. O plano inicia-se com a câmara em pleno movimento, ao criar espaço para que o automóvel protagonista possa preencher o campo. O enquadramento revela um automóvel azul, seguido por um branco, que por sua vez precede um vermelho. Alinhados por essa ordem, constroem desse modo a bandeira francesa. O poder legislativo apoia-se na cor azul, sendo que o primeiro veículo o representa. Observam-se várias malas de viagem no tejadilho do mesmo. Prenúncio para a queda das leis, deixando assim o ser humano à margem das regras e condutas que o comandam. Segue-se a cor branca, que ilustra o poder executivo....

The Perfect Human (1967)

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The Perfect Human (1967), Jorgen Leth

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O homem acende o cachimbo. Move o seu corpo de forma bastante coordenada e sem qualquer esforço. Evidencia-se de frente e de perfil perante o espectador como se o seu físico fosse momentaneamente objecto de avaliação. A mulher move o seu cabelo defronte uma superfície reflectora, que à partida não se encontra naquele quarto desprovido de artificialismos. Jorgen Leth empresta a sua própria voz ao seu célebre ensaio fílmico de 1967 e começa por apontar: “Here is the human. Here is the human.” No instante em que tais palavras se pronunciam, observamos o acto de apertar um cinto e abotoar uma camisa. Banalidades, imagens e actos do nosso dia-a-dia, mas que certamente nos distinguem de qualquer outro ser vivo à face da Terra. Apregoam-nos mais um sentido para o título de “humanos” que carregamos às costas tão veementemente. A voz-off maquinal repete-se como que um eco que exige a nossa atenção. Esta voz insinua-se com um  timbre sereno, pausado, alheio de pressas, as mesmas que se a...

A arte dos Posters (XXXII)

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Playtime (1967), Jacques Tati