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Os pés também falam

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Recentemente tive a minha primeira incursão pelo cinema do sueco Victor Sjöström com a sua obra-prima máxima The Phantom Carriage (1921) . Despertou uma vontade imensa de o proclamar como génio, ainda que consciente de que um único filme seria a base para tal afirmação. Seguiu-se The Wind (1928) , espelho do seu embrenhar por Hollywood. Ainda que não fascine tanto quanto o primeiro, revela-se magistral trabalho de realização.  O vento? Sempre presente. Rodopia, embrenha-se numa dança que envolve fascínio, desespero e morte. Invisível na sua existência solitária e efémera. Visível na interacção com o outro. Veículo do horror e aprisionamento sentidos pela protagonista. Carrega consigo a incerteza. Cobre e destapa a consciência da mulher. Preponderante nas suas decisões que não são mais do que maneiras de lhe fugir.  A expressividade do rosto aliada aos intertítulos. Ambos constroem a linguagem para o cinema mudo. A dada altura, a câmara de Sjöström escapa aos rostos e en...

O machado: 1921 vs 1980

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27 de Fevereiro de 2014: o dia que ficou marcado pela visualização do filme The Phantom Carriage (1921) . E como transcrever em palavras o quão magnífico é este pedaço de sétima arte? Por enquanto limito-me a deixá-lo repousar. O destaque dado a esta pérola tem outro propósito. Palco a uma cena bastante semelhante entre o filme de Victor Sjöström e The Shining (1980) . Ao vê-la, fui imediatamente remetido para um dos momentos mais icónicos da história do cinema e que assim homenageia o filme sueco. O turbilhão de sensações remetidas por um instante mudo que não se auxilia de diálogos nem gritos como muletas, faz-me pensar que a minha lealdade talvez resida no filme que nasceu primeiramente. Separados no tempo por quase seis décadas, dois momentos magistrais e dignos de registo: