Plano-sequência: Code Inconnu (2000)

Após um prólogo cujos códigos se apresentam como inacessíveis para uma mão cheia de indivíduos, o filme do austríaco Michael Haneke catapulta-se a si próprio com um brilhante plano-sequência. Aliás, dá-se no filme em questão uma hegemonia dos planos-sequência, notando-se um claro menosprezar da montagem como meio de produzir um significado maior. As questões que Haneke pretende abordar respiram na íntegra através da sua realização. O plano-sequência a abordar introduz as várias problemáticas que recebem a atenção do ponto de vista do realizador. Dez minutos que se fazem passar com o auxílio de um travelling lateral , que acompanha o percurso de determinadas personagens numa avenida parisiense. Inicia-se com o deslocamento de uma personagem que se introduz no mundo do enquadramento pela margem esquerda. A câmara já se encontra à sua espera e imediatamente se iguala no trajecto, caminhando para a direita do enquadramento progressivo. Uma segunda personagem, desta feita masculina,...