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A mostrar mensagens de novembro, 2013

À boleia pelo caminho largo

A convite do Jorge e Pedro Teixeira, decidi meter mãos à obra e responder a algumas perguntas de índole cinematográfica. É sempre um prazer poder partilhar pensamentos com os elementos desta blogosfera. Afinal de contas, a sétima arte é o nosso elo de ligação e nunca é demais discutir os seus contornos.  Para lerem a entrevista na íntegra nada melhor do que passarem pelo  Caminho Largo  para deitarem o olho. Obrigado pelo convite. Continua a ser um prazer.  Como evidencias em geral a qualidade de um filme?   No geral, o argumento é o selo de apresentação do filme. É o aspecto que me leva ou não a aconselhar determinado visionamento. No decorrer da minha primeira viagem a uma obra, tento absorver a total essência do argumento. Os visionamentos seguintes complementam o meu olhar perante esse mesmo filme. Posso agora deliciar-me com as questões técnicas e as opções estéticas tomadas. Posso procurar as características que espelham o autor por detrás, tentando inserir essa obra no

Words, Words, Words... (act. 24/11)

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[Spoilers] No seguimento da curta-metragem anteriormente publicada, reciclo esta pequena pérola de animação. Tal como a anterior, esta lida igualmente com a comunicação e todas as suas vertentes.  Tantas vidas entrelaçadas neste estabelecimento. Histórias e intrigas são contadas e passam de boca em boca. Amores e desilusões do mesmo. Relações que espelham cansaço. Michaela Pavlátová tem um conjunto de obras bastante interessantes e esta pérola é talvez a que se destaca mais. A animação tem o nome de Words, Words, Words (1991) , título que revela toda a essência desta curta com cerca de oito minutos. Creio que está patente na visualização de cada espectador o reconhecimento de tantas e mais algumas expressões populares que ouvimos e usamos diariamente, e nas quais de certa forma nos revemos. Nós próprios temos o conhecimento de histórias que são contadas diariamente com um ponto a ser acrescentado pelo seu percurso entre várias bocas e ouvidos. Talvez até contribuímos para esse "

O poder da linguagem

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Palavras que produzem significado entre emissor e receptor. Palavras efémeras que se extinguem no pequeno percurso que os une. A valorização do geral em detrimento dos pormenores. Palavras que se contorcem por sair mas que se acobardam e esfumam mesmo antes de serem proferidas. Palavras que adquirem ou perdem valor aquando da mudança de contexto. A pose e o movimento do corpo. O olhar. Também comunicam. Os ângulos abordados na curta-metragem fazem questão de o relembrar. O argumentista coloca no prato os contornos viciados da nossa linguagem, tentando com isso desmistificá-los. Frágeis ligações que se unem, quebram, interligam e convivem num mesmo tempo e espaço. Aquatic Life é uma curta-metragem de 2002 escrita e realizada por Yasuhiro Yoshiura. Limitem-se a gastar 9 minutos com este visionamento. Deixo aqui o pequeno anime na íntegra e com legendas em espanhol: Título Original: Mizu no Kotoba

A arte dos Posters (XLV)

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Aqui ficam alguns dos posters promocionais de um filme de 1975 que visualizei recentemente e cuja crítica social ainda se encontra em fase de digestão. Escrito e realizado pelo canadiano David Cronenberg. É conhecido como Shivers mas possui outros títulos alternativos: 

Cordão umbilical

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eXistenZ (1999), David Cronenberg Gravity (2013), Alfonso Cuarón

Better on tv than on the streets

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O título desta divagação ilustra a mais importante linha de diálogo proferida pelo protagonista de Videodrome (1983) . Até que ponto é justificável um acto dito imoral poder ter o seu destaque no ecrã? Imergir num filme do Cronenberg é como comprar um bilhete só de ida para o inferno da mente humana. Removida a camada superficial adornada de violência, o espectador descobre nos seus filmes questões fundamentais que rodeiam a essência humana. Distribui numa bandeja obras que levam o indivíduo a questionar-se a si mesmo, tentando afastar-se do conjunto para avaliar a sua posição integrante perante o mesmo. Faz ressurgir desejos reprimidos que aparentam não ter lugar numa sociedade civilizada.  "The eye is the window of the soul" Diariamente consumimos imagens, na grande maioria das vezes de forma inconsciente. Integram o nosso dia-a-dia e acabam por ser banalizadas. Gradualmente a noção de realidade esbate-se e é remetida para segundo plano. O advento do realismo tr